Ozanan o Jardineiro de Brasília

Ozanan, filho de agricultores e engenheiro agrônomo, formado na Universidade Federal do Ceará, chegou em Brasília em 1969. Vinha com a recomendação do Professor Melquiades para Stenio de Araújo Barros, então diretor do Departamento de Parques e Jardins da Novacap. Ozanan foi contratado para compor o quadro daquele Departamento.

A partir de 1980 Ozanan foi designado Chefe do DPJ, cargo que ocupou até sua aposentadoria em 2009, aos 66 anos. Ele chegou a criar, com amigos, uma empresa com o propósito de promover o plantio de grama. Ozanan morreu em 2016 aos 72 anos.

O epiteto de Jardineiro de Brasília decorreu não só de sua longevidade no cargo de Diretor que ocupou por 29 anos. Ele e sua equipe avaliaram que a alta mortalidade das árvores plantadas na cidade se dava por inadaptação ao clima e ao solo do cerrado. A partir daí, ele e sua equipe passaram a buscar sementes de árvores nativas a criá-las em viveiros.

Assim, povoaram a cidade com espécies nativas, tais como jequitibá, copaíba, quaresmeira, ipês rosa, amarelo, branco e roxo e outras espécies endêmicas capazes de aguentar o sol e a seca do Planalto Central.

Lembrei de Ozanan pois estava chegando à Galeria do Hotel Nacional quando fui alertado de que devia estacionar afastado “pois o caminhão do DPJ estava ali fazendo poda nas árvores”. Estranhei o fato. O hotel está fechado há mais de 2 anos, não havendo quem solicitasse tais cortes. O DPJ de hoje só faz cortes ou poda nas árvores. Não planta nem para repor aquelas que morrem por algum motivo. Saudades dos tempos de Ozanan.
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“Sou muito suspeito para falar, mas eu acho que a paisagem de Brasília é absolutamente singular. Em Brasília você vai ver ipê banco, amarelo, roxo, quaresmeira, copaíba, jequitibá do cerrado, landim, pombeiro, você vai ver coisas que não existe nas outras cidades, uma coisa absolutamente só de Brasília.”

– Francisco Ozanan Correia Coelho de Alencar