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Fantasma da Falta de Água

Há uma certa estranheza nos habitantes do Distrito Federal com o anúncio de tarifa punitiva em relação ao consumo de água. Essa tarifa punitiva decorreria da incapacidade da Companhia de Águas em abastecer a população. Ela teria o propósito de forçar a economia no uso de água fornecida por aquela empresa.

A estranheza decorre da incerteza de que a simples taxação a maior seria a medida adequada e suficiente para inibir os possíveis desperdícios, reduzindo o consumo de modo a esperar que as chuvas que chegaram garantam o abastecimento. Para os consumidores de renda alta o aumento da tarifa dificilmente levaria a redução do uso de água vez que a conta resultante não representaria para eles algo significativo. Poderia reduzir entre as famílias de menor renda, mas estas já procuram economizar.

Pode-se dizer que a efetiva chegada das chuvas em novembro (há previsão de precipitações para todos os dias até o final do mês) afasta o colapso do sistema até o próximo estio e baixa dos reservatórios, prevista para a primavera de 2017.

Estima-se que o Sistema de Abastecimento de Corumbá IV venha a operar em maio de 2018. Ai sim, estaria afastada a falta de água por um bom período. Corumbá IV irá atender Gama e Santa Maria, no DF, além de Cidade Ocidental, Novo Gama e Valparaiso, em Goiás. O atendimento destas cidades por outro manancial dará folga ao sistema Descoberto que hoje as abastece.

Todavia, cabe a cautela de iniciar estudos para novas fontes de abastecimento, visto que a taxa de crescimento populacional no DF, em 2016 é de 2,14% e que em 2030, quando a população local chegará a quase 3,8 milhões de habitantes, sua taxa de crescimento ainda será de 1,4% ao ano. Naquele momento, em 2030, daqui a pouco mais de 13 anos, a capacidade de atendimento de Corumbá IV já terá se esgotado e o DF crescerá mais de 53 mil habitantes por ano.

Alguns mananciais deixaram de ser alternativa ao abastecimento. O Vicente Pires e o Riacho Fundo que outrora foram fontes, assim como outros, deixaram de ser, porque suas margens foram ocupadas e suas águas poluídas.

Novas fontes deverão ser buscadas e aquelas que ainda não sofreram com a ocupação predatória e desordenada devem ser preservadas. Os mananciais são recursos finitos enquanto que a demanda vem aumentando constantemente.

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Sobre
Eustáquio Ferreira

Arquiteto pós-graduado em Administração, escritor e blogueiro.

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