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Postos Comunitários de Segurança

A cada dia é noticiado o incêndio de um Posto Comunitário de Segurança. Os postos,em número de 130, , foram construídos no Distrito Federal entre 2006 e 2010. Cada um custou pouco mais R$ 700 mil somando ao todo R$ 215 milhões. Eles tiveram por modelo os postos comunitários da polícia de Tóquio e o propósito de aproximar a atividade policial das populações locais. No início deste ano o Comando da Policia Militar divulgou seu propósito de desativar todos eles.

Os policiais que atuavam nos postos em muitos casos se candidataram para trabalhar ali, entendendo que no posto teriam mais tranquilidade que trabalhando nas ruas. O treinamento dado a eles em cursos não foi suficiente para mudar o relacionamento deles com a comunidade. Os postos não contavam com o mínimo desejável para a permanência dos policiais ali ou mesmo para o desempenho de suas atividades.

Segundo o trabalho de conclusão do Curso de Especialização em Segurança Pública elaborado por Aderivaldo Martins Cardoso: Uma Análise dos Postos Comunitários de Segurança, os postos apresentavam as seguintes deficiências: 1) Não havia viaturas; 2) Poucos possuíam rádios e quando possuíam alguns não funcionavam direito; 3) Poucos possuíam telefone; 4) Não havia nenhum ponto de acesso à Internet; 5) Nenhum possuía computadores, somente particulares; 6) Nenhum possuía água para consumo dos policiais.

Algumas cidades contam com Conselhos Comunitários de Segurança. Em alguns casos, onde esse Conselho de fato veio a funcionar, foi possível melhorar a sensação de segurança com a iluminação de áreas esportivas, de becos e de passarelas pela Administração Regional. Mas mesmo nestas comunidades a polícia lotada nos Postos Comunitários tiveram pouca ou nenhuma participação nestas reuniões, mesmo porque a estrutura vertical e centralizada de comando não lhes permitia tal participação.

A polícia comunitária seria aquela que não apenas recolheria as pessoas inadaptadas ao convívio, mas aquela que ajudaria a orientar e ouviria da população suas demandas e contribuições conforme no modelo japonês. O posto não tinha função, não podia registrar uma ocorrência pois essa atribuição é da polícia civil, não podia patrulhar pois era vedado abandonar o posto. Falou-se em dar a eles outra destinação, Detran, SAMU ou Conselhos Tutelares.

Os postos e a relação polícia/comunidade aguardam solução.

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Sobre
Eustáquio Ferreira

Arquiteto pós-graduado em Administração, escritor e blogueiro.

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