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Teles Contra Cinema e Audiovisual

Inúmeros atores e produtores de cinema e audiovisual assinaram um manifesto contra a iniciativa do SindiTeleBrasil de solicitar à justiça liminar que desobrigue seus associados de depositar 0,4% de seu faturamento no Condecine. São associadas daquele Sindicato as empresas Claro, Oi, Telefônica, Vivo Tim e outras. Os depósitos no Condecine são a principal fonte de financiamento do Fundo Setorial de Áudio Visual.

A Revista Eptic, produzida pelo Observatório de Economia e Comunicação da Universidade Federal de Sergipe, na edição de setembro/dezembro de 2015, publicou o artigo “A Produção Cinematográfica Brasileira 1995-2014” da doutoranda pela Universitat Autônoma de Barcelona, Daniele dos Santos Borges, onde mostra como o financiamento estatal foi indispensável para o avanço da produção nacional no período.

Segundo os dados por ela coletados o número de filmes produzidos saltou de 7 em 1994 para 14 em 1995 e chegando a 129 em 2013. O número de espectadores que em 1994 era de 292,2 mil saltou para 3,12 milhões em 1995 e para 19,06 milhões em 2014 representando 12,28% dos espectadores enquanto que em 1994 tinha sido de apenas o,4% em relação ao total de espectadores nos cinemas do país.

Vale lembrar que a economia criativa é cada vez mais importante para todos os países, seja no produto gerado, no número de empregos ou até mesmo para a geração de divisas. Em determinado momento a produção literária, fonográfica e de filmes na Inglaterra, com os Beatles, Rolling Stones, Elton John, Harry Potter etc. geraram mais divisas para aquele país que a indústria tradicional.

A maioria dos países impõem restrições à entrada de filmes e outros produtos audiovisuais estrangeiros com o declarado propósito de proteger a produção nacional, proteger o trabalho e o emprego de milhares de pessoas que vivem dessa atividade. Impõem restrições também com o fito de proteger os valores de sua cultura, para evitar que sejam substituídos por outras de potências hegemônicas.

O SindiTeleBrasil teria convencido o Juiz a conceder liminar com o argumento de que as teles não teriam relação com audiovisual. O cineasta Iberê Carvalho sugere em seu Facebook que as pessoas façam uma foto com seu próprio celular e a postem com o título #euconsumoaudiovisualnomeucelular de modo a confirmar que tudo trafega pelos telefones portáteis e que parte significativa da renda das teles decorre deste uso.

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Sobre
Eustáquio Ferreira

Arquiteto pós-graduado em Administração, escritor e blogueiro.

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