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Planejamento Governamental em Brasília

Entrevistado por uma emissora de rádio na segunda-feira, 20 de abril de 2015 o atual secretário de Estado do Governo do Distrito Federal, Hélio Doyle, afirmou que ao contrário do entendimento comum Brasília não foi uma cidade planejada, foi uma cidade projetada.

Muitos entenderão, e eu comungo com essa ideia, que a decisão e o processo de construção de Brasília no Planalto Central resultou de planejamento de longo prazo e resultou de decisão de Estado. A própria construção requereu a ação coordenada de todo o governo da época e a participação da população desde a proposta do Marquês de Pombal, passando por todas as constituições seguintes, Missão Cruls etc.

Os primeiros atos de reorganização e planejamento do território decorreram do grande afluxo de pessoas para o Distrito Federal. O Governo local logrou manter a ocupação sob controle e deslocar as novas populações para as novas cidades Satélites localizadas nas várias Regiões Administrativas

A oferta dos serviços também foi objeto de planejamento no DF. O abastecimento de água, o sistema de coleta e tratamento terciário dos esgotos, a coleta e tratamento do lixo em uma usina de origem francesa que se propunha a separar os resíduos sólidos e a tratar os orgânicos, um sistema de saúde concebido por Bandeira de Melo que se propunha a ser moderno não só em relação às demais regiões do país mas também ao mundo. Um sistema educacional concebido por Anísio Teixeira, modelo para todos.

Visto a partir dos exemplos acima não podemos dizer que Brasília foi só um projeto. Foi mais que isso, uma capital para mostrar a capacidade criativa e de produção dos brasileiros ao mesmo tempo exemplar e modelar como disse o Presidente Juscelino Kubitschek. Mas se o Secretario se refere às políticas contra a proposta de Brasília feitas por alguns governantes do Distrito Federal, sou tentado a concordar com ele.

Hoje convivemos com lixões a céu aberto e nada do lixo é tratado pelo Estado. Os esgotos, em que pese o esforço do Governo de José Aparecido para coletar e tratar todo o esgoto à época, hoje muito dele é lançado in natura nos cursos d’agua. A CEB foi sucateada e o Plano Piloto está cheio de redes aéreas. As fiscalização das ocupações irregulares só ocorrem por denúncias etc. Tudo que se fez desde então foi atender a interesses particulares, de forma desarticulada e nem sempre no interesse público.

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Sobre
Eustáquio Ferreira

Arquiteto pós-graduado em Administração, escritor e blogueiro.

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