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Orquídeas nas Superquadras

Três adultos, com idades próximas aos cinquenta anos, estavam ao pé de uma árvore, munidos de escada, de outros apetrechos e do propósito de ali, naquela árvore, perto do bloco onde moram, fixar duas orquídeas em flor. Prontamente me lembrei de que junto a outro bloco da quadra onde moro há orquídeas em outra árvore e com sinais de estarem fixadas permanentemente. Na comercial da SCLN 112 há duas próximas ao semáforo. Isso leva a crer que não se trata de fato isolado.

Pode-se pensar que as orquídeas venham a sugar a seiva das árvores como os carrapatos e outros parasitas sugam o sangue dos animais. Mas não, as orquídeas são epífitas e como tais apenas se apoiam em suas hospedeiras. Suas raízes se prendem superficialmente. Elas se alimentam de matéria orgânica morta, dos sais minerais trazidos pela poeira e pela chuva.

As orquídeas mais populares são a Cymbidium do gênero Cattleya, a Dendrobium, mais fácil de cuidar e de belas flores e Phalaenopsis que florescem por mais tempo e tem flores lindas. As orquídeas gostam de luz, mas não toleram o sol direto, gostam de locais abertos mas não de muito vento.

Aquele que se propuser a apor uma dela em uma árvore deve tomar o cuidado de, além da insolação e da proteção contra os ventos, levar em conta os rigores de nosso clima. Como as orquídeas se alimentam de nutrientes carregados pelas águas e dependem das chuvas para se hidratarem, é prudente fazer o transplante no início do período chuvoso. Ainda assim seria prudente molhá-las periodicamente por aspersão durante a seca.

Elas devem ser fixadas nos troncos ou galhos das árvores preferencialmente na vertical. Sua fixação, com as raízes envolvendo o tronco, deve ser feita por um tecido ralo, uma gaze, como as de curativos. Junto às raízes deve-se por um substrato que servirá para reter umidade e auxiliar na alimentação da planta. Um bom substrato, segundo a Embrapa, é casca de arroz carbonizada, turfa e vermiculita, entre outros. A fixação com barbantes pode danificar as raízes, bulbos etc.

Não tenho conhecimento de que a fixação de orquídeas às árvores seja parte de um movimento coordenado por alguma entidade organizada. Creio que seja parte de uma onda, dessas que decorrem dos vínculos que se estabelecem entre a cidade e seus habitantes. Uma relação de pertencimento e de apropriação da cidade.

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Sobre
Eustáquio Ferreira

Arquiteto pós-graduado em Administração, escritor e blogueiro.

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