theme-sticky-logo-alt
theme-logo-alt

Medidas preventivas podem evitar tragédias nos períodos chuvosos

O noticiário da semana, repetindo o que se viu desde o inicio das chuvas, nos mostra o desespero das famílias atingidas pelos desastres causados pelas águas. Famílias tiveram as casas alagadas, moradias foram soterradas, populações ilhadas pelo alagamento do campo e das cidades, pela obstrução ou desmoronamento de pontes e vias.

A edição de novas normas proibindo a construção nas encostas pode ser de pouca valia visto que a maioria das habitações de populações de baixa renda é edificada sem o controle do poder público, em áreas irregulares. Constroem onde não há quem reclame ou fiscalize, pois não têm recursos para adquirir terrenos regulares.

Os terrenos de encosta ou de declividade acentuada têm uma estabilidade precária. Há lei que proíbe edificar em terrenos com inclinação maior que trinta por cento. A remoção da cobertura vegetal, o aumento da carga sobre o terreno, a facilitação da infiltração ou concentração das águas em enxurradas são fatores que aumentam a instabilidade. Pode não desmoronar no momento da ocupação, ou pouco depois, mas é certo que a qualquer momento ocorrerá um desastre.

O alagamento de cidades e campos tem causas diversas e resultados iguais. As cidades são cada vez mais impermeabilizadas. A infiltração das águas é impedida e o escoamento acelerado. Ainda chove e os rios já inundam as casas localizadas às suas margens.

Os rios e riacho são assoreados pelo lixo, pela terra carreada pela enxurrada, por materiais de construção e outros. No campo, as áreas desmatadas, recebem as chuvas diretamente no solo. As águas escorrem carregando o solo em direção aos rios. Quanto mais descem mais força têm para produzir erosões levando o solo consigo para o leito dos rios. Nesta desabalada carreira não serão as matas ciliares que conterão as enxurradas.

Para não vermos repetir as tragédias, medidas preventivas devem ser tomadas. As cidades devem ter sua ocupação disciplinada de modo a não permitir a construção em áreas de risco. Novas áreas destinadas às atividades urbanas, especialmente moradia, devem ser oferecidas às populações. As águas das chuvas que caem sobre os telhados podem ser coletadas e armazenadas para utilização em limpeza e outros usos que não exigem água potável. Correrá menos água no momento das chuvas.

Os cursos d’água devem ser dragados nas proximidades das cidades e em outros pontos onde seu leito esteja estrangulado, evitando assim os alagamentos e a ameaça às moradias e ás propriedades das famílias. As áreas desmatadas nos campos devem receber terraços em curva de nível de modo a impedir o livre escoamento das águas.

Em 1983 ocorreu uma inundação das margens do Córrego Vicente Pires e do Riacho Fundo, na sua confluência. Inúmeras famílias ficaram desabrigadas com a enchente. As famílias foram assentadas na Candangolândia e os riachos foram dragados. Nunca mais ocorreu inundação no Núcleo Bandeirante.

Crônica anterior
O Setor de Oficinas Sul é inadequado para Habitação
próxima crônica
Só Drogas e Insegurança
Sobre
Eustáquio Ferreira

Arquiteto pós-graduado em Administração, escritor e blogueiro.

2 Comentários

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

15 49.0138 8.38624 1 0 4000 1 https://www.ambienciabrasilia.com.br 300 1