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Macaúba da Casa do Lago

Hoje me surpreendi com a altura que atingiu a macaúba, que há no quintal da Casa do Lago Norte, onde estão sediadas entre outras a Pávirada Filmes, O Quartinho Produções Artísticas, o Studio Janaina Ferreira. A muda, ainda pequena, foi dada a Ana pelo jardineiro Paulo. Ela disse que de início não acreditou que ela vingasse. Após cinco anos a macaúba está forte e produziu os primeiros cachos.

A macaúba é uma das palmeiras preferidas dos pássaros, em especial dos periquitos. Acho que ali nidificam e gostam das flores. Quem passa pela Praça dos Aposentados ou desce as escadas em direção à Central Única dos Trabalhadores – CUT próxima ao Conic, passará ao lado de uma macaúba já antiga e ouvirá o alarido dos periquitos. O alarido é audível a qualquer hora do dia.

A macaúba é nativa das Américas tropical e subtropical. Ela ocorre do México e Antilhas até o Paraguai e Argentina. Ela é endêmica no Brasil, nos estados de Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso de Sul, São Paulo, Tocantins, Piauí e Ceará. São climas e solos diferentes, mas quem o diz é a Embrapa e prefiro acreditar.

Pois bem, o fruto tem uma polpa amarelada sob uma casca também amarelada quando madura. O gado bovino, nas pastagens, a reconhece e se alimenta da polpa. Essa polpa quando industrializada se transforma em torta forrageira para alimentação de animais. No centro há uma castanha de onde se obtém óleo e farinha alimentícia. Protegendo a castanha há um coco com alto poder calorífico como o carvão combustível.

Lembro de uma pesquisa feita em uma dessas áreas onde são mantidos os animais apreendidos, até que eles retomem entre outros hábitos o de se alimentarem por conta própria. Naquela área havia pequenos macacos de regiões diferentes, Os pesquisadores observaram que os macacos oriundos de regiões onde haviam palmeiras como a macaúba comiam a sua castanha. Eles usavam uma pedra maior como bigorna e uma menor como martelo para quebrar o coco e retirar a castanha.

Era costume no Alto Paranaíba, lá pelos anos cinquenta, extrair o óleo da macaúba para uso nas fazendas. Certa vez o Saul, meu pai, capotou o jipe que dirigia numa das estradas de roça, à época todas de terra. O acidente se deu próximo a uma sede de fazenda. Desviraram o Jipe mas ele não podia funcionar pois o óleo do motor havia se derramado todo. Então o Saul pegou óleo de coco macaúba, encheu o cárter do motor e voltou para a cidade onde o Jipe pode ser recuperado. Histórias do Saul.

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Sobre
Eustáquio Ferreira

Arquiteto pós-graduado em Administração, escritor e blogueiro.

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