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Invasões na Orla do Lago e Nova Jerusalém

Poucos governadores viram em Brasília a dimensão de capital da República. Muitos, na maioria das vezes, a via como uma cidade qualquer e a administravam como tal. O então governador Hélio Prates costumava exemplificar, em reuniões com seus auxiliares, que em Dom Pedrito, sua cidade natal, as questões em exame eram resolvidas de tal ou qual forma.

José Aparecido de Oliveira foi o primeiro governador a tratar Brasília como a Capital de Todos os Brasileiros. Para isso não poupou esforços em identificar os fatos históricos e aqueles que levaram a sua construção. Ele se empenhou em dar destaque a dimensão internacional de Brasília. Foi dele a iniciativa de fazer de Brasília Patrimônio Cultural da Humanidade.

O Governo de José Aparecido era firme na fiscalização de invasões. O Arquiteto Carlos Magalhães foi, à época, Secretário de Obras e tinha sob sua responsabilidade a fiscalização da ocupação e utilização das áreas no Distrito Federal. Carlos Magalhães iniciou a construção da ciclovia na QL 12 com o propósito de liberar a orla do Lago Paranoá para uso público. Jose Aparecido foi removido do Governo do Distrito Federal e nomeado Ministro da Cultura.

A Justiça do Distrito Federal, em decorrência de iniciativa do Ministério Público, decidiu, em última instância pela desocupação de toda e qualquer presença privada a uma distância de 30 metros do espelho ocupado pelo Lago em sua maior cota. O Governo vem tratando a questão com o maior cuidado e foi noticiado que de início somente as cercas seriam retiradas. A remoção tem o propósito de dar acesso ao Lago a toda a população, pois aquela faixa de 30 metros é área pública.

Uma associação de moradores alega que ao privatizar as áreas públicas eles “evitavam que fossem invadidas”. Alegam também que urbanizaram e fizeram benfeitorias. Eles construíram ali áreas de lazer, ancoradouros, salas de recreação. Essas construções seriam poupadas da ação governamental inicialmente.

Não foi assim que a fiscalização agiu em Nova Jerusalém, uma invasão para fins de moradia junto a invasão do Sol Nascente que estaria em fase de regularização. Lá a Agefis, com apoio da tropa de choque, retirou as famílias de dentro das casas construídas por elas e as demoliu, deixando mulheres, crianças e idosos ao relento.

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Sobre
Eustáquio Ferreira

Arquiteto pós-graduado em Administração, escritor e blogueiro.

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