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Espaço de convivência para a UnB

A escuridão e a insegurança foram mote de campanha para o cargo de Reitor da UnB. As promessas tomavam por justificativa a existência, recente, dos cursos noturnos, coisa que não havia no passado. Foram lembrados os furtos nos estacionamentos, para os quais se prometia melhoria da iluminação.

Propunha-se a transferência dos custos da iluminação e de sua manutenção para a CEB, sob o argumento de que caberia a ela arcar com os custos decorrentes. Como se sabe, a taxa de iluminação pública é cobrada junto com o IPTU. Sendo a UnB parte do Governo Federal e dela não é cobrado qualquer tributo, não se sabe em que se apoiava a idéia de transferir aqueles custos de iluminação para outrem pagar.

A verdade é que a eleição do Reitor passou, a discussão sobre a iluminação não prosperou e a escuridão é atemorizante. Nos pontos de ônibus mal se vê aqueles que esperam por transporte e nos caminhos que ligam os prédios espalhados pelo Campus não há iluminação que permita ao transeunte se sentir seguro.

Por outro lado, o Campus contém inúmeras atividades de apoio que são toleradas e não assumidas por sua administração. A banca de jornais, a livraria improvisada, a lanchonete ao final da ala norte do Minhocão, bancos e diversas outras. São atividades necessárias, mas postas em conflito com a finalidade de cada edificação. Funcionam de forma precária e não atendem aos clientes como poderiam e deveriam.

Há um caminho quase obrigatório a quem estuda na UnB. Mesmo aqueles que estudam durante o dia vão à biblioteca em algum momento. Quase todos para lá se dirigem á noite para reforçar os estudos, pesquisar algo, fazer trabalho em grupo. Para tanto, enfrentam a escuridão e o isolamento da Biblioteca.

Para conter todos os serviços necessários ao apoio à atividade acadêmica e atividades culturais imagino uma Galeria que siga em direção á Biblioteca, que se inicie próximo à L-3, defronte ao posto de gasolina.

Nesta Galeria o transeunte poderia encontrar: lojas de reprografia, encadernação e edição de monografias, dissertações e teses. Um teatro para as apresentações dos tantos grupos que existem no campus. Um espaço para apresentação dos vídeos e filmes produzidos pela comunicação. Livrarias, várias. Restaurantes, pizzaria, café, lanchonete, bancos, cooperativa, e espaços para as associações de servidores e alunos e as Fundações de Apoio. Quanto renderia uma licitação para a lanchonete?

Imagino lojas pequenas de dois pavimentos com varanda ampla e contínua cobrindo todo o caminho, iluminação intensa e espaços generosos, com as edificações em pequenos blocos de modo a não se tornar uma barreira entre o Minhocão e parte norte do Campus. Um caminho com uma cobertura para abrigar todos os serviços. Isso daria um espaço de convivência ao Campus, um espaço para o fervilhar das idéias e proposições como deve ocorrer nas universidades.

Calma! Isto não é um novo mote de campanha nem eu sou candidato à Reitoria. É uma contribuição, de um ex-aluno, usuário da biblioteca, que enfrentou aqueles caminhos à noite.

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Sobre
Eustáquio Ferreira

Arquiteto pós-graduado em Administração, escritor e blogueiro.

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