theme-sticky-logo-alt
theme-logo-alt

Ensino Fundamental e Escola Pública

Gabi estava ansiosa, sua mãe mais ainda. Gabi iria terminar o Jardim de Infância e mudar de escola. Foram três anos nos quais recebera toda a atenção das “Tias”. A escola sempre muito bem cuidada, com todos os equipamentos necessários, o lanche sanduiche natural com suco, cookie e leite achocolatado, pipoca, suco e algodão doce.

Aquilo que não é suprido com os recursos da Secretaria de Educação é adquirido com recursos de rifas promovidas pela Associação de Pais e Mestres. Aquele Jardim de infância funciona como uma comunidade para satisfação dos professores, servidores, pais e alegria das crianças.

A apreensão maior dos pais de Gabi é com a escolha da nova escola. A experiência gratificante naquela escola pública não é suficiente para garantir a escolha de outra escola pública no ensino fundamental. O futuro de Gabi está em jogo.

As escolas públicas estão distribuídas pela cidade, próximas das moradias evitando cruzar a cidade para levar e buscar Gabi no início e no término da aula. As edificações são projetadas para acolher os alunos com o conforto necessário, com iluminação apropriada, a área de recreação suficiente.

Entretanto, há reclamações quanto a manutenção das escolas do ensino fundamental. Existem goteiras em algumas, banheiros quebrados, acesso não controlado com consequente insegurança, falta de equipamento pedagógico, instalações elétricas e hidráulicas sem manutenção etc.

O que assusta mais aos pais de Gabi é a possível falta não só de professores, mas também de pessoal administrativo, de vigilância, de alimentação, de limpeza com reflexos no resultado do aprendizado, da segurança etc. A falta de pessoal é diagnosticada pela não reposição dos que se afastam para licença de saúde, maternidade, licença prêmio e outras. A Secretaria de Educação até dispõe de um quadro de contrato temporário, mas por algum motivo os profissionais nem sempre são repostos.

Mesmo tendo que cruzar diariamente a cidade para levar Gabi à nova escola e sacrificar o orçamento doméstico os pais de Gabi optaram por uma escola privada. Essa situação não é nova, a cada ano mais e mais famílias deixam de matricular seus filhos na escola pública. Parece que recursos públicos não faltam. Talvez o modelo de gestão esteja defasado e já não seja adequado às demandas próprias do ensino público no DF.

Crônica anterior
Postos de Combustíveis, Prisões e Planejamento
próxima crônica
Observadores de Aves do Planalto
Sobre
Eustáquio Ferreira

Arquiteto pós-graduado em Administração, escritor e blogueiro.

0 Comentário

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

15 49.0138 8.38624 1 0 4000 1 https://www.ambienciabrasilia.com.br 300 1