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Corujinha Buraqueira

foto: Marcos Henrique Achado para Wikiaves.

Surpresa! Saindo do Eixo Rodoviário Norte, sentido Lago Norte, ao entrar na alça de acesso à pista que liga as quadras 100 às 200, um metro e meio abaixo da pista do Eixo e uns três metros acima da via de ligação havia uma nova moradora recém instalada.

Uma corujinha pequena, um tanto menor que uma coruja já plenamente desenvolvida. Há um buraco e algumas penas brancas na entrada. Ela impassível, de pé voltada para a via onde os carros passavam. Nenhum movimento, somente aquele olhar direcionado para os carros, como que para avaliar se eles se voltariam para sua toca, seu ninho.

A coruja buraqueira, apesar de não esboçar qualquer gesto em busca de contato com os humanos, de se deixar domesticar ou permitir a aproximação são os pássaros mais fotografados. Além disso, contam com a simpatia da população do Distrito Federal.

Pode-se especular que esse sentimento seja por sua bravura em defender o ninho, especialmente quando há filhote ali. Nestas ocasiões se um desavisado se encaminha na direção do mesmo ela parte para o ataque, faz vôos rasantes sobre aquele que se aproxima. Caso o desavisado pretenso atacante não perceba a gravidade da situação ela ataca com as garras e bica sua cabeça até que seu alvo mude de rota.

Pode ser pela elegância como se posta e acompanha impassível o movimento à sua volta movendo a cabeça para os lados em movimentos de até 270º. Esse movimento é possível por sua estrutura óssea e por sua rede de vasos sanguíneos, segundo estudo de cientistas da Universidade de Medicina Johns Hopkins publicado na revista Science em 1º de fevereiro de 2013.

Pode ser ainda, por seu comportamento discreto de não se intrometer na vida dos demais. Ela permanece na entrada da toca à espera de insetos ou de pequenos animais, eventualmente voa a busca de alimento, mas no geral não se mete com ninguém. Esse comportamento coincide com o dos moradores da Superquadras que mal interagem com os vizinhos do seu andar, aquele que usa o mesmo elevador que ele. Não sabe seu nome, não o visita, apenas e às vezes, o cumprimenta formalmente quando juntos no elevador.

As corujas, como os demais pássaros têm função importante no equilíbrio ecológico do meio ambiente. Sem eles o número de insetos seria muito grande. Eles não são os únicos predadores dos insetos, mas no meio urbano, com poucos predadores, cabe a eles essa função. Espero que a corujinha mantenha ali seu ninho por um longo tempo.

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Sobre
Eustáquio Ferreira

Arquiteto pós-graduado em Administração, escritor e blogueiro.

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