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Brasília Cidade Interrompida

Promoveu-se, recentemente, debate a respeito dos sistemas de transporte coletivo no Distrito Federal e Entorno. O embate das ideias deixa clara a dicotomia entre estudiosos, urbanistas e ambientalistas, que defendem o transporte público, os modos não poluentes como trens elétricos, bicicletas e os empresários que defendem o uso de ônibus.

Há um forte movimento em todo o mundo pela utilização de bicicletas. Elas reduzem a mortalidade no trânsito, não provocam poluição, reduzem o uso de combustíveis fósseis e são indicadas por melhorar a saúde de seus usuários. Andar de bicicleta no Distrito Federal é uma aventura e um risco. São poucas as ciclovias e elas não são contínuas.

Recentemente o governo federal ofereceu recursos às cidades brasileiras mais populosas para que eles pudessem implantar sistemas de transportes definitivos, de preferência sobre trilhos. Especialmente àquelas que terão jogos da Copa do Mundo.

A solução sobre trilhos é aquela adotada há muito pelas cidades maiores nos países desenvolvidos. Ela garante maior rapidez no transporte de passageiros, maior conforto e segurança. Não há conflito com o tráfego de outros veículos. Lembremos que, entre outros, o metrô, de Buenos Aires foi inaugurado em 1913, o de Moscou em 1935, em Londres começou a funcionar em 1863, o de Paris em 1900 e o de Barcelona 1969.

É de conhecimento público que as obras do VLT, que ligariam o Aeroporto à Avenida W3 e se estenderia até o final da Asa Norte, estão paradas há anos. Foi surpreendente que os órgãos fiscalizadores, que interromperam aquelas obras do VLT aprovaram o alargamento da via que liga o Aeroporto até o Eixão Sul ao custo de 100 milhões de reais. A maioria das obras é voltada para ruas e vias, para o transporte individual.

O sistema de transporte coletivo foi se deteriorando progressivamente e o que se verifica hoje é a presença maciça de veículos piratas. Não se pode esperar um bom serviço desta forma. Por tudo isso, percebemos que Brasília é uma cidade interrompida. Foram anos e anos de retrocesso administrativo e de ausência total de planejamento.

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Sobre
Eustáquio Ferreira

Arquiteto pós-graduado em Administração, escritor e blogueiro.

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