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Grades, Lojas e Preservação do Patrimônio

A colocação de grades nos fundos de lojas ao longo de um bloco inteiro em uma quadra comercial da Asa Sul levou a Agefis a notificar o proprietário para retirá-las, sob pena de multa e outras penalidades cabíveis. Ele resolveu retirar as grades sob as marquises que são voltadas para a quadra. Uma pessoa que se apresentou como representante dos comerciantes afirmou em entrevista que iria acionar a fiscalição na justiça.

O motivo que teria levado a colocação das grades seria os continuados assaltos e a presença de população em situação de rua que se vale das marquises para se recolher e até dormir. A alegação para colocação das grades foi de que a presença dessas pessoas causaria constrangimento e insegurança aos donos e trabalhadores do comércio, bem como aos clientes que passam por ali em direção às lojas.

O Plano Piloto de Brasília previa que aquelas lojas das entrequadras seriam abertas para as quadras e não para as vias. Lucio Costa assim as descreveu: “As lojas dispõem-se em renque com vitrinas e passeio coberto na face fronteira às cintas arborizadas de enquadramento dos quarteirões e privativas dos pedestres, e o estacionamento na face oposta, contígua às vias de acesso motorizado…”.

As lojas com restaurantes, bares e cafés usam as marquises voltadas para o interior das quadras para colocar mesas e cadeiras e ampliar as áreas de atendimento ao cliente, às vezes com fechamento das áreas, outras vezes usando apenas toldos. As lojas de comércio de mercadorias avançam as paredes ocupando aquela área para ampliar o espaço interno de atendimento.

A ocupação no Setor Comercial Local Norte se deu de forma diferente. Nele os blocos são quadrados, permitem subsolo, loja, mezanino e piso superior. Os blocos têm lojas voltadas para a pista de veículos, para o interior da quadra e para os intervalos entre eles. Essa disposição não permite que fiquem áreas sem a circulação constante de pessoas o que inibe sua ocupação por terceiros.

A presença de pessoas em situação de rua nas áreas urbanas é uma questão de políticas públicas. São pessoas vulneráveis que dependem de apoio para superar aquela situação. Não serão obstáculos que irão tirá-los dos espaços públicos. A segurança depende também de políticas públicas. O uso do planejamento, de equipamentos de vigilância, da comunicação e interação com a população podem melhorar a segurança.

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Sobre
Eustáquio Ferreira

Arquiteto pós-graduado em Administração, escritor e blogueiro.

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